Livro Histórias de vida - Professora Noélia


EMEIF VICENTE FIALHO 


RUA IRMÃ BAZET -193 - MONTESE 






Luíza Cristina Alencar Barros Castro 
DIRETORA 




Geovana Maria Costa Maciel Ramalho 
VICE-DIRETORA 




Jefferson Miranda Lacet Vieira 
COORDENADOR 




Antônia Noélia Pontes 
PROFESSORA – EJA III 






Glaylma Araújo Castro 
PROFESSORA- EJA II 





APRESENTAÇÃO 


     Visualizar e tocar este livro, com textos produzidos pelos alunos da EJA III, da EMEIF Vicente Fialho, é a realização de um sonho, gerado em minha mente em 2.006. Vale ressaltar que, o mesmo foi elaborado a partir dos textos escritos pelos educandos, em sala de aula, todos inéditos. A ortografia e os conteúdos gramaticais foram trabalhados a partir dessas produções escritas. 
     A partir de cada tipo ou gênero textual apreendido é que os alunos produziam seus textos, a priori em grupos e depois individualmente. Minha realização profissional se completa hoje com a entrega desses livros sonhados não só por mim, mais também pelos alunos que os produziram. 
     Agradecemos a todos que contribuíram para a realização desse projeto: Concurso Literário. 

Antônia Noélia Pontes 
Professora – EJA III 



SUMÁRIO 


01. POESIAS..........................................................04 
02. NARRAÇÕES...................................................15 
03. FÁBULAS.........................................................27 
04. CARTAS...........................................................41 
05. CONTOS..........................................................57 
06. P O E S I A S 



A FAMÍLIA 

Nós temos amor pela nossa família 
Por isso buscamos viver em união 
E todos unidos vivermos em harmonia 
Pai, mãe e filhos num só coração 

Chegar em casa à noitinha 
Ver todos reunidos 
Para jantar uma comidinha 
Que a mãe e filhas preparam unidas 

Após o jantar, sentar e conversar 
Sobre o dia que passou 
Com os planos novos, sonhar 
Perdoando o que atrás ficou 

Produção coletiva da turma da EJA III – 1º dia de 
explicação do gênero: Poesia - 01 de junho de 2011 

O VALOR DOS ESTUDOS 

Estudar é sempre maravilhoso 
Todo mundo tem capacidade 
E o mundo será mais gostoso 
Se mudar o ensino com qualidade 

O estudo nos traz felicidade 
Quando se estuda com união 
Com muita capacidade 
Tudo vem com atração 

O estudo é nossa esperança 
Pois tudo depende do esforço 
Quando temos em nós confiança 
O retorno vem com toda força 

Produção em dupla: Francisca Alzirene e Alexsandra Luiz 



FESTA JUNINA 

O mês de junho chegou 
E todo povo está animado 
A gente se combinou 
Para comer um guisado 

Domingo estaremos no sertão 
Dançando linda quadrilha 
Soltando fogos, tomando quentão 
Dançando com a moça que brilha 

Todos animados no forró da Dona Chica 
Comemorando a grande fartura 
Todos comeremos canjica 
A riqueza da agricultura 


Produção em dupla: Pedro Rodrigues e Mauro Augusto 



O SERTÃO 

No sertão quando não chove 
Fica seco e torrão 
O agricultor logo vai 
Com a família pra outra região 
Para ver se do sofrimento sai 

O sertanejo vem para capital 
Fugindo da seca que lhe flagela 
Quando trabalha e ganha é legal 
sem recurso, vai viver em favela 

Quando no sertão falta repente 
Falta tubarão no mar 
Falta padre no convento 
E aumenta a seca no ceará 


Produção em dupla: Mauro Augusto e Pedro Rodrigues 



NOSSOS FILHOS 

Nossos filhos são inteligentes 
E nós somos seus espelhos 
Deus nos deu de presente 
E a nós sabedoria e bom conselho 

Nossa vida, nosso caminhar 
Serão dedicados a Deus 
E aos filhos que ele nos deu 


Produção em dupla: Maria Helena e Maria de Fátima 


FESTA JUNINA 

No Vicente vai ter brechó 
E vamos dançar muito forró 
Tomaremos muito aluá 
E comeremos bolo de fubá 

Chegou todo mundo animado 
Com o salão todo arrumado 
Quando o forró começar a tocar 
Todos vão começar a dançar 

Vamos dançar o São João 
Com muito baião 
Vamos beber guaraná 
E comer muito vatapá 

Produção em dupla: Yarley e Rosa Cândida 



NOSSA FESTA 

Nossa festa de São João 
É animada e tem brechó 
Tem paçoca de montão 
Comidas e muito forró 


As meninas de vestido enfeitado 
Com muito laço de fita 
O vestido é estampado 
Cada uma mais bonita 

Chegamos em nossa festa 
A professora está dançando 
Animada com a seresta 
Com seu vestido brilhando 

Produção em dupla: Pedro Rodrigues e Maria 
Antônia 




SÃO JOÃO NA EJA III 

A festa estava animada 
Comemorando o São João 
Tinha gente dançando 
Pra animar o quarteirão 

Na festa de São João 
Tem fogueira e tem balão 
Todo mundo gritando 
Viva a fogueira de São João 

Mandei fazer um vestido 
Bem cheio de babado 
Para dançar o São João 
Na festa do Vicente Fialho 

Nossa festa de São João 
Tem pimenta e tem baião 
Todo mundo se esquenta 
Na beira do fogueirão 


O salão estava arrumado 

Para a noite de São João 
Todo mundo abestalhado 
Para dançar o baião 


Nossa festa de São João 
Tinha dança de forró 
Tinha dançante capitão 
E ainda tinha brechó 

Todo mundo vem 
Para a festa de São João 
Todo mundo vai e vem 
Dançando como Lampião 

Ficamos todos cansados 
De cantar, comprar e dançar 
Todos nós encantados 
Fomos para casa descansar 

Produção em dupla: Francisca Alzirene e Maria de Lourdes 




FESTA JUNINA 

Vai ter canjica e bolo de fubá 
Comidas e sanfoneiro 
Além de forró e brechó 
Eita povo festeiro 

O salão todo enfeitado 
Com bandeirinhas e balão 
Pra quadrilha de São João 

Vamos embora da escola 
Cheios de roupas na sacola 
Todos saem animados 
Contando muitos babados 

Produção em trio: Maria Helena, Alexsandra Luiz e 
Gonçala Rodrigues 



NARRAÇÃO 



RECUPERANDO NOSSA DIGNIDADE 
Nós, alunos da EJA III, da EMEIF Vicente 
Fialho voltamos a estudar para recuperar o tempo 
perdido e nossa dignidade. 

Em nosso trabalho, na nossa casa e com os 
colegas sofremos discriminações por não 
sabermos ler e escrever corretamente. 

Diante disso decidimos aperfeiçoar nossos 
conhecimentos e voltamos a estudar. 

Texto produzido pelos alunos da EJA III, dia 02 de 
maio de 2011 – 1º dia de explicação do tipo de texto: 
Narração. 



AS DROGAS 

O nosso amigo Daniel morreu por causa das 
drogas. Ele morava na nossa rua e era muito 
legal. Nós gostávamos muito dele. 

Primeiro ele começou pelas drogas e depois 
passou para o álcool, começou a sofrer passando 
pelos policiais, sendo preso. Quando foi solto 
começou de novo a usar drogas e a beber. A gente 
dava muitos conselhos a ele, mas não queria. 

Nem nossos conselhos, nem nossa ajuda ele 
aceitou e acabou morrendo. Fomos ao enterro 
dele e ficamos muito tristes. Esse foi o fim de 
Daniel. 

Produção em dupla: Milena Santos e Alice Silva 



CASAMENTO FRACASSADO 

Eu, Angelina, me casei por amor, mas a 
bebida destruiu tudo. Isso aconteceu comigo, com 

o meu filho e com a família da minha colega de 
sala, Antônia. 
Comigo e com meu filho aconteceu a 
separação com muito sofrimento e com minha 
colega foi o seguinte: ela me contou que agora a 
família dela está sendo destruída pela bebida, os 
pais dela bebem muito. 

Nós gostaríamos que a bebida não existisse, 
pois ela destrói qualquer lar. 

Produção em dupla: Angelina e Maria Antônia 



NOSSA ADOLESCÊNCIA 

Na nossa adolescência era muito difícil, no 
interior do Ceará. Tivemos que começar a 
trabalhar muito cedo e não podíamos estudar. 

Nessa época não sobrava tempo para irmos à 
escola, era trabalho duro e com muita cobrança 
dos nossos pais. 

Só agora que a gente teve a oportunidade de 
ir à escola e não vamos desistir por nada, nunca é 
tarde para recomeçar. 

Produção em dupla: José Edmar e Giovani Andrade 



OS VENDEDORES AMBULANTES

Os vendedores ambulantes da Praça José de 
Alencar, no Centro de Fortaleza, há oito anos são 
perseguidos pelos fiscais da Prefeitura. Com a 
proibição do comércio ambulante, esses 
vendedores ficaram sem local para trabalhar. 

Quando não havia essa perseguição, os 
vendedores arriscavam botar suas mercadorias 
para vender e quando apareciam fiscais, os 
ambulantes corriam com seus produtos, outros 
perdiam os mesmos com as apreensões e outros 
entravam em atrito com os fiscais, era um terror 
também. 

Com a intervenção da Associação dos 
Ambulantes conseguiram outro lugar para 
trabalhar. Com a transferência para a Praça da 
Estação, perto do Terminal dos ônibus, no Centro 
de Fortaleza. Hoje os ambulantes estão 
satisfeitos, porque tem um lugar para trabalhar e 
não há mais intervenção dos fiscais da Prefeitura 
de Fortaleza. 


Produção individual: Mauro Augusto 



MINHA HISTÓRIA 

O mestre de obra José Alberto, em 1974 me 
convidou para trabalhar na construção da antiga 
FUNEFOR, onde hoje se localiza nossa Escola 
Vicente Fialho. 

Acontece que eu trabalhei como auxiliar de 
pedreiro, mas fui acidentado no dedo da mão e 
tive que parar por uns tempos. 

Então eu fui convidado para estudar nessa 
Escola. Hoje estudo exatamente onde trabalhei 
um dia, no passado. Estou muito feliz, pois gosto 
muito de ler e escrever. 


Produção individual - Pedro Rodrigues 



CEM ANOS 

Domingo, dia 07 de maio, eu e meus irmãos 
tivemos um dia muito feliz, foi a passagem do 
aniversário de nosso pai. 

Foi tudo muito bonito, tiramos bastante fotos, 
para guardamos de lembrança, pois meu pai 
completou 100 anos de idade. 

Esse é um motivo de muita alegria, afinal não 
é todo dia que isso acontece e nem qualquer um 
que completa essa idade. 


Produção individual – Maria Helena 



HISTÓRIA DA MINHA FILHA 


Tive quatro filhos homens e no dia 04 de 
abril de 1988, às 12 horas da noite, bateram na 
porta da minha casa. 

Meu marido foi atender e para nossa 
surpresa: era uma caixa com uma menininha 
dentro. Eu fiquei muito feliz, porque eu desejava 
muito uma filha. 

Hoje, ela tem 23 anos e é mãe de uma 
menina linda, de 2 anos, e o nome dela é 
Vanessa. Minha filha chama-se Angelita. 


Produção individual – Angelina Argentina 




FEIRA NO CRATO 


Dois amigos saíram de Fortaleza para fazer 
compras na Feira de Santana, no Crato. 

Andaram toda a feira, olhando as 
mercadorias e os preços. Começaram a fazer 
compras diversas, compraram calça, blusas, 
meias, chinelos, daí foram para estação apanhar 

o trem de volta para Fortaleza. 
Na calçada da estação um homem estava 
vendendo relógio de bolso por R$ 10,00. Um dos 
amigos comprou o relógio e o vendedor fez o 
embrulho do mesmo. Já dentro do trem ele foi 
mostrar o relógio para um conhecido e para sua 
surpresa, ao abrir o pacote tinha uma pedra. 


Produção individual – Mauro Augusto 



BRONCA DO PAI 

Eu e minhas irmãs quando morávamos no 
sertão, resolvemos ir para um banho de açude, 
numa fazenda em Quixadá. 

Quando chegamos nas proximidades do 
açude, foi muito engraçado, pois de repente 
apareceu uma vaca muito brava e vinha em nossa 
direção. Saímos correndo e minha irmã se 
desequilibrou, caiu e ficou muito machucada. 

Para finalizar, voltamos para casa, sem 
tomarmos o banho e ainda levamos uma bronca 
do meu pai. 


Produção individual – Maria Helena 



BOBI, O FUJÃO 


Há mais ou menos 12 anos que crio um 
cachorrinho, chama-se Bobi. Ele é muito fujão, 
pois sempre que ele fugia, ia direto para a favela 
perto da minha casa. 

Certo dia ele fugiu e como de costume eu fui 
atrás dele. Então fui perguntando a cada pessoa 
que eu via na rua, um dizia que ele tinha acabado 
de passar, outro que ele tinha passado nesse 
instante. Fiquei muito cansada de procurar e 
resolvi voltar para casa, no meio do caminho cai 
dentro de um buraco. 

O mais engraçado foi que enquanto eu 
procurava o Bobi, ele já estava em casa. 
Resumindo: ele chegou em casa primeiro que eu. 


Produção individual- Maria Mirtes 




FÁBULAS 


GALO VALENTE 


Nossa vizinha tinha um galo muito valente, 
ninguém podia chegar perto dele, pois avançava 
em cima da gente. Nós tínhamos muito medo 
dele, ele era o monstro do terreiro. 

Desse galo até cachorro tinha medo, mas um 
dia ele se deu mal, o soim da casa do lado deu 
uma carreira nele, que nunca mais quis ser 
valentão. O soim não é santo, mas fez um grande 
milagre. 

Moral da história: todo valentão um dia se dá 
mal. 


Produção em quarteto – 08 de agosto de 2011 
Alunas: Maria Eulália, Gonçala Rodrigues, Alexsandra 
Luiz e Rosa Cândida 



O CACHORRO E O GATO 


Certo dia um amigo nosso chegou na nossa 
casa bem acompanhado de um cachorro muito 
brabo. Assim que viu nosso gatinho, foi logo 
avançando e quase o matou. 

Vendo isto, a correria foi geral para separálos, 
senão seria fatal e nosso gatinho estaria morto 
e nós muito tristes. Daí, pedimos para esse 
homem se retirar e nunca mais aparecer em nossa 
casa. 

Moral da história: Prevenir é melhor que 
remediar. 

Produção em trio: Terezinha Vieira, Vicente Vieira e 
Maria Helena 




UM JOVEM VAQUEIRO COM SEU 
REBANHO DE GADO 

Um jovem vaqueiro que acabava de recolher 
seu gado tinha como objetivo vender as cabeças 
de gado para comprar uma fazenda maior que a 
dele. 

Esse objetivo era para poder criar mais 
animais e tinha pensamento em comprar carros, 
mansões e fazer bastante festas. 

No entanto, veio a seca e acabou com boa 
parte de seu rebanho. Então, seus sonhos foram 
por água abaixo. Por fim, nem fazenda, nem 
gado, nem festas e nem mansões. O sonho de se 
tornar rico acabou. 

Moral da história: Podemos sonhar, mas com 
os pés no chão. 

Produção em quarteto: Marcos Oliveira, Maria Mirtes, 


José Edmar e Emanuel Ferreira. 



O PATO FEIO 


Certo dia, na fazenda Riachão, no interior do 
ceará, um casal de patos resolveu ter patinhos e 
começou a planejar, fez um belo ninho e comprou 
um belo enxoval. 

A pata muito orgulhosa começou a chocar 
seus ovos e após 15 dias nasceram 8 patinhos e 
um deles era muito feio. Seus colegas, bichos, 
diziam: __ lá vem o pato feio e ele chorava e dizia 
a sua mãe: __ mamãe, eu sou feio. Todos falam. 
Sua mãe o consolava. 

A mãe do patinho feio muito preocupada 
resolveu colocá-lo numa escola e ele se saiu bem, 
conseguiu se formar em direito e foi ser juiz. 
Conheceu uma pata, filha do prefeito, que era 
médica, casaram-se e tiveram 3 lindos patinhos. 
Hoje o pato feio é chamado de dr. Juiz e é muito 
respeitado. 

Moral da história: Não julgue as pessoas pela 
aparência. 

Produção em quarteto: Pedro Rodrigues, Mauro 
Augusto, Francisca Jales, Juliana. 



CACHORRO CACHIMBO 


Era uma vez uma mulher que criava um 
cachorro, era chamado cachimbo, era muito 
danado e gostava de brincar no quintal. 

Certo dia as crianças da casa do cachimbo 
estavam brincando de jogar pedras na árvore. 
Nessa árvore tinha uma colméia e imagine o que 
aconteceu? Uma das pedras bateu na colméia e 
as abelhas saíram todas e atacaram cachimbo. As 
crianças morriam de medo do cachimbo, mas 
quando viram o bichinho correndo das abelhas, 
tiveram muita pena dele. 

Moral da história: Temos que ter cuidado e 
atenção com o que estamos mexendo. 

Produção em trio: Marilda Gomes, Maria de Fátima, 
Maria Antônia 




O BURRO CANDIDATO 


Certa vez num sítio em Banabuiú morava um 
burro e vários animais: cavalos, jumentos, vacas, 
cabras, galinhas, patos, capotes e perus. 

Ao lado desse sítio passava uma estrada que 
sumia no horizonte e uma vez por outra o ronco 
do motor de um velho caminhão cortava o 
silêncio, esse lugar era mesmo maravilhoso. Certo 
dia o burro pensando, resolveu candidatar-se 
deputado. 

O burro começou sua campanha, foi ao 
tribunal registrar-se como candidato a deputado, 
fez cartazes grandes e mandou fixar nos arredores 
do sítio. Um galo foi contratado para ser seu cabo 
eleitoral, passaram a visitar as pessoas, fazer 
comícios e o burro prometia: dar o bolsa família, 
vale gás, cesta básica, aumentar o salário dos 
professores e funcionários da prefeitura. 


Como ele era muito egoísta e desonesto 
pediu ao galo para pagar pessoas para gritar nos 
comícios, assim: o burro já tá eleito! O burro já 
ganhou! O jumento ouvindo isso se revoltou e 
resolveu candidatar-se a deputado também. 

O jumento era humilde e honesto e dizia nos 
comícios: se eleito for, farei o possível por todos os 
moradores do sítio. Então, chegou o dia da 
votação e o burro todo arrumado disse para o 
galo: essa já tá no papo! Já o jumento votou e foi 
para casa aguardar a apuração. Com a apuração 
dos votos o jumento foi eleito e o burro não, a 
surpresa foi geral e o burro foi embora do sítio. 

Moral da história: O egoísta e a 
desonestidade fecham as portas para o sucesso. 


Produção individual: Mauro Augusto 



O PERU DESCONFIADO 



Numa chácara, no interior do ceará, 
moravam um galo e um peru. Eles dois viviam na 
calma, na vida mansa daquela propriedade, onde 
a rotina era semelhante à vida perto do mar. 

Todas as tardes eles gostavam de subir na 
jaqueira e ficar empoleirado no galho. Dali, dava 
para ver os campos plantados, os caminhos, os 
animais no pasto e a estrada que sumia. Eles 
tinham uma vida boa. 

Só que tinha um problema: o peru era 
desconfiado demais e não aproveitava as coisas 
como deveria. Um belo dia uma raposa viajante, 
dessas ladronas, se aproximou sorrateiramente e 
começou a lamber os beiços de satisfação. Seus 
olhos brilhavam, enquanto abria a boca 
mostrando os dentes afiados. 

O galo não se preocupou, mas o peru ficou 
ligado, de olho na raposa. Esta rodava e pensava 


numa maneira de pegar um dos dois, o pobre do 
peru de tanto rodar, ficou tonto e caiu do galho do 
pé de jaca. A raposa não perdeu tempo e comeu o 
peru. 

Com o barulho da tragédia o galo acordou e 
após ver tudo o que tinha se passado, disse: meu 
amigo peru de tão desconfiado cavou sua própria 
sepultura. 

Moral da história: O excesso de cuidado, às 
vezes esconde uma terrível falta de fé. 

Produção individual: Mauro Augusto 



JUMENTO TRABALHADOR 

Era uma vez um jumento que trabalhava para 
seu Francisco. No caminho do trabalho 
encontraram uma bela jumentinha. O jumento 
ficou animado e disse: __ olá, vamos dar uma 
voltinha pela floresta hoje? 

A jumentinha respondeu: __ não, Bilu, hoje 
eu estou muito cansadinha e estressada, mas me 
telefone e outro dia nós iremos dar uma saidinha 
e namorar, pois achei você muito trabalhador e 
simpático. 

Moral da história: quem trabalha e é 
persistente consegue bons relacionamentos. 

Produção em trio: Maria Eulália, Francisca Jales e 
Gonçala Rodrigues. 



O CASTIGO DO URUBU 

Certa vez um urubu muito sabido e mentiroso 
passeava à tarde pelas praças da cidade onde 
morava. Gabava-se do bom comércio que 
possuía e que só ele pagava em dia suas dívidas e 

o imposto de renda. 
Esse urubu morreu e foi conduzido ao 
purgatório para um julgamento. Então, seu 
prontuário foi examinado e lhe informaram que 
ele tinha cometido um pecado, por isso não podia 
ir para o céu. 

O urubu ficou indignado e perguntou a São 
Pedro o que tinha feito. O santo respondeu: __ 
você mentiu para o imposto de renda e a única 
maneira de ir para o céu será assim:__você tem 
que namorar uma galinha bem feia, gorda e 
burra, pelos próximos cinco anos, beijá-la muito e 
chamá-la de gostosa. 

Moral da história: a mentira anda a galope. 

Produção em dupla: Mauro Augusto e Maria Antônia 


O BOI  E O SAPO 

O boi é um animal bastante grande e o sapo é 
bem pequeno em relação ao boi. Num 
determinado dia o sapo viu o boi e falou:__ vou 
ficar do mesmo tamanho dele, pois se ele é 
grande eu também posso ficar. 

__ O que vou fazer? Pensou o sapo. Ah! Já sei, 
vou engolir bastante ar. Então começou a engolir 
ar, encheu o peito e foi aumentando, 
aumentando, aumentando de tamanho até que 
estourou. 

O boi olhou para o resto do sapo e pensou: 
cada um deve ser feliz com o que deus lhe faz. 

Moral da história: Ninguém pode ser igual ao 
outro. 

Produção em dupla: Francisca Alzirene e Maria 
Antônia 



O PAPAGAIO FALANTE 

Nós temos um papagaio muito falante e 
ensinamos que não pode ser grosseiro, nem falar 
mal de ninguém. 

Só que nossa vizinha quando chegava em 
nossa casa, ele xingava ela de todo nome feio, 
palavrão cabeludo. Nós ficávamos mortos de 
vergonha. 

Nós brigávamos com ele, mas não tinha jeito 
e a cada encontro com nossa colega o papagaio 
soltava os palavrões. 

A gente tinha vergonha e medo de que ela 
achasse que nós é que mandávamos ele agir 
assim. 

Moral da história: Não devemos falar mal das 
pessoas. 

Produção em dupla: Maria de Fátima e Giovani Andrade 




CARTAS 





Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Oi, Hyago! 

       Queria saber onde você está agora, porque eu estou com muita saudade. Gosto de você e 
queria que voltasse para mim. Não sei onde você mora e se eu soubesse, iria atrás de você. 

       Você foi embora e nem falou comigo, não deixou um recado, ema carta. Porque você fez 
isso comigo? Chorei demais. 

      Mas encontrei outra pessoa e eu esqueci de você, deixei de gostar de você. Porém, ainda, 
quero que me mande um recado. 

                                                                                 Tchau! Beijos! 
                                                                                  Milena Santos 







Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Caro sobrinho! 

     Escrevo-lhe esta humilde carta para lhe dar notícias minhas ao mesmo tempo saber das suas. Como está seu pai? Soube que esteve aqui, em Fortaleza, internado e que teve uma grande melhora e retornou para a companhia de todos daí. 

     Eu, ainda, estou no mesmo local de trabalho, na Avenida Luciano Carneiro. Ainda não fui aí por falta de tempo, mas espero que me mande notícias. 

                                                                    Saudações de seu tio e boa sorte a todos. 
                                                                            Pedro Rodrigues de Moura 




Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Olá, Mazinho! 

     Como você está? Como estão minha sobrinha, minha cunhada? Eu estou bem e com muitas saudades de vocês. 
     Escrevo para lhe dizer que vou tirar minha carteira de motorista e estou gostando muito de fazer auto-escola e quando você vier aqui, nós vamos passear, vamos à praia. 
Outra novidade é que a mamãe tirou a habilitação dela e dirige para todo lugar. E estou estudando e muito feliz por ter voltado à escola. 
                                                         Eu e o Junior mandamos beijos e abraços para todos. 

                                                                                         Maria Eulália Barros 



Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Queridos pais! 
      Escrevo para lhes informar que estou trabalhando numa firma, não era como eu pensava, mas foi o que eu consegui. 
      Estou pensando em fazer um curso, para que eu tenha mais chances na empresa, espero que tenha sorte e dê tudo certo. 
No mais está tudo bem e aí como estão o senhor e a mamãe? 
                                                                    Um abraço a todos. 

                                                                         Marcos Oliveira 



Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Olá, Erivanda! 

     Estou com muita saudade de você, a  saudade é demais. Como vão nossos três filhos? É com muita alegria que eu escrevo para você. 
     Esta carta é para lembrar que estou trabalhando muito aqui, em Fortaleza. Erivanda, estou sabendo que você conseguiu um trabalho aí no interior e fiquei muito feliz. 

                                                                      Um abraço e um beijo a todos. 

                                                                                        José Edmar 



Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Olá, Welington! 

     Olá, tudo bem? Como estão todos de sua família, espero que estejam bem. Gostaria de saber se já tem o meu dinheiro, pois estou precisando muito desse dinheiro. 
     Preciso pagar minhas contas, meu aluguel, comida, água, luz, etc. Estou vendendo pouco perfume e espero que melhore. Só estou lhe pedindo por causa das vendas que estão fracas. Espero que as vendas melhorem e que eu possa pagar todas as minhas dívidas. 
                                                                               Beijos a todos! 
                                                                                        Rosa Cândida 



Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Olá, Dozinha! 

     Gostaria de convidar você para vir passar o  feriado em minha casa. Vou fazer um culto de  ação de graças, pelas maravilhas que o senhor  Jesus tem feito na minha vida e dos meus. 
     Dozinha, não falte a esse convite, pois gosto  muito de você. Nunca esqueço aquele tempo que  passei em sua casa. 
    Como você esta? Ficou boa? Me preocupo  com você. Porque para mim você é uma amiga  especial. Tudo o que fez por mim quem vai  recompensar é deus, pois favor ninguém paga. 
                             
                                                                                                                                                                                       Abraços de sua amiga 
Terezinha Vieira 



Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Olá, minha filha! 
     Minha filha, primeiro que tudo quero saber como você está com sua família. Espero que todos estejam bem. E as crianças? E seu marido? 
     Tudo o que desejo a você é muita saúde, muita paz e quero dizer que estou morrendo de  saudade dos meus netinhos. 
     Se der certo quero passar o final do ano com você, pra gente passear naquela fazenda linda. Ver os pássaros tão bonitos, enfim toda beleza que eu gostaria que tivesse aqui, mas infelizmente não é possível. 

                                                      Beijos e abraços de sua mãe 
                                                          Maria Helena 



Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Olá, Denise! 

     Gostaria de saber como você vai na sua casa nova. Já deu certo montar sua loja em casa? 
    Estou com muita vontade de ir até sua casa e fazer muitas compras. Soube que está com um estoque ótimo de: bijuterias, roupas, perfumes, sandálias e outros acessórios. 
     Eu, o Moraes e os filhos estamos com boa saúde e estamos reformando a nossa casa. Nosso sonho era construir uma casa em cima da outra. 

                                                                              Abraço de sua irmã 
                                                                               Antônia Alencar 



Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Olá, Conceição! 
     Querida irmã, conceição, quero lhe dizer que o meu passeio em São Paulo foi ótimo. Passei 25 dias lá. Fui ao casamento do meu sobrinho Carlos e aos 15 anos da Camila. Nos reunimos todas e foi muito bom rever minha família. 
     Todos estão bem lá em São Paulo e aqui na minha casa. Espero que aí todos estejam bem. 
                                                                          Um abraço de sua irmã que a ama muito. 
                                                                                       Angelina Argentina 




Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Olá, Roberto! 

     Estou lhe escrevendo para dar notícias  minhas e saber sobre você. Aqui, no ceará, estou  bem, com boa saúde e trabalhando. 
     O inverno foi muito bom, plantei milho e  feijão e colhi umas 20 sacas desses produtos. No  final do ano, vou construir um açúde em minha  propriedade e pretendo criar peixe cará tilápia e  plantar arroz, quem sabe comprar umas cabeças  de gado. 
     Vi uma reportagem na televisão sobre o forte  inverno em São Paulo. As enchentes deixaram  muitas pessoas desabrigadas. Dê-me notícias. 

                                                                                                Um abraço! 
                                                                                             Mauro Augusto 



Fortaleza, 05 de setembro de 2011 
Querida Elizete! 

     Gostaria de lhe informar que já fez dois meses que o Rubinho morreu, amiga eu sofri tanto com essa perda. Mas agora estou me recuperando. 
     Ganhei outro gatinho e ele já tem dois meses e dez dias de vida. Ele é muito lindo, branquinho e peludinho. 
     Gostaria que me mandasse notícias suas, pois depois que você se mudou perdemos o contato. Desejo que esteja bem de saúde. 

                                                                                 Um beijo e um abraço! 
                                                                                          Maria Mirtes 



Fortaleza, 15 de setembro de 2011 
Boa noite, Senhora Prefeita! 

     Nós, moradores de Fortaleza queremos presença do ronda escolar e melhores merendas. Nossa escola tem muitas dificuldades: merenda, ajeitar o prédio, carteira de estudante, mais professores. 
     A senhora precisa mandar tapar os buracos de fortaleza, por favor conserte o que precisamos. Queremos nossa fortaleza bela de verdade. Queremos que ela seja linda, sem favelas e sem tantos problemas. 

                                                                                               Milena Santos 



Fortaleza, 15 de setembro de 2011 
Boa noite, Senhora Prefeita! 

     Senhora Prefeita, venho respeitosamente, através desta, pedir providências para a rua: Joaquim de Sousa, Bairro Itaóca, pois está totalmente abandonada. 
     Nessa rua não tem saneamento básico, está toda esburacada, quando chove o carro da coleta de lixo não pode passar. 
     Moro nessa rua há 20 anos e nada foi feito de melhorias. Estou pedindo a senhora que mande técnicos e engenheiros da prefeitura para fazerem uma avaliação e tomar soluções o mais rápido possível. Espero que a senhora tome uma providência. 

                                                                                  Respeitosamente, Mauro Augusto 




Fortaleza, 15 de setembro de 2011 
Boa noite! 

     Solicito da senhora um semáforo para a Rua  Irmã Bazet com Rua João Firmino, para melhorar o trânsito e que as pessoas passem com segurança. 
     Nesse cruzamento existem muitos acidentes, tanto com carros quanto com pessoas. 
     Nessa rua ficam localizados três colégios e os alunos ficam nesse vai e vem, a mercê dos carros e motos tentando atravessar. 

                                                                                  Fico grata pela atenção. 
                                                                                    Francisca Alzirene 





CONTOS 



NATAL DE PAZ 

O nosso Natal é um dia de paz 
Todos juntos em nossa casa 
Com amor e alegria se faz 
Uma bela festa 

Comemos e bebemos 
Falamos e abraçamos 
Esperando quem convidamos 

O tempo vai passando 
As pessoas vão chegando 
A hora se aproxima 
De chegar quem está por vir 

Texto produzido pelo aluno Marcos Oliveira de Sousa, 
da EJA III, dia 07 de dezembro de 2011 – 1º dia de 
explicação do gênero: Conto. 



NATAL DA MINHA INFÂNCIA 


Do passado me lembrei de quando era 
menino, pois na noite de Natal o meu pai me 
levava para a Igreja assistir à missa do galo em 
Aracoiaba. 

Quando chegávamos em casa comíamos um 
leitão ou mesmo um peru assado, reuníamos a 
família e ficávamos muito contentes. 

Minha mãe sempre rezava o terço à noite e 
hoje sou do terço dos homens e espero ter um 
Natal muito feliz. 


Produção individual – Pedro Rodrigues 



SAPATINHO NA JANELA 


Chamo-me Maria Mirtes e tenho lembranças 
de quando eu tinha 4 anos de idade e ao se 
aproximar o Natal, eu pedia presentes ao Papai 
Noel. 

Meus pais mandavam que eu colocasse meu 
sapatinho na janela e fizesse meus pedidos. Pedia 
boneca e panelinhas. 

Nesse dia eu ia dormir cedo, pois quando 
acordava de manhã meus presentes estavam 
debaixo da minha rede, detalhe: todos cheios de xixi. 
Produção individual – Maria Mirtes 



NATAL EM FAMÍLIA 


O Natal é muito importante para mim, pois 
sempre passo com minha mulher e meus filhos. 
Antes da ceia fazemos uma oração e nela 
pedimos a Deus muita saúde e paz. 

Pedimos não só para nossa família, mas para 
todas as famílias do mundo, principalmente para 
as pessoas que não têm teto para morar e que 
tenham muita fé e um dia conseguirão o que 
querem. 

Produção Individual: José Edmar 



CONCURSO LITERÁRIO 

Antônia Noélia Pontes 

Nossos jovens e adultos 
Escreveram seu imaginário 
Conseguiram fazer isso 
No Concurso Literário. 

Aprenderam a escrever, escrevendo 
Colocando no papel o que pensavam e sentiam 
E praticando, foram aprendendo. 

Que trabalho criativo 
Deu vontade de ir à escola 
O aluno se sentiu ativo e não precisou de “cola”. 

O medo de ser avaliado, foi embora 
O professor foi seu aliado 
Esse concurso chegou em boa hora. 

Professor e alunos em diálogo permanente 
Trabalhamos diariamente, 
Sem trégua pela vitória da EJA. 

O livro foi lançado 
O objetivo foi alcançado 
Com grande festa na escola 
Alegria, lanches e coca-cola.